segunda-feira, 6 de agosto de 2012

ANIMAÇÃO

A palavra Animação provém do latino “Anima”, que significa “Alma” ou “Sopro Vital“. Animação significa, antes de mais, “dar vida” a objectos estáticos.
Muitos foram os realizadores que mostraram o seu trabalho à câmara, para que este ganhasse movimento, o tal “sopro vital”.  Filmes como A Velha Senhora e os Pombos, de Chomet, A Aldeia de Idiotas, de Fedorenko, Tela de Alfinetes, de Norman McLaren, Wallace & Gromit, de Nick Park, Fado Lusitano, de Abi Feijó, O Casamento, de Garri Bardine, Estória do Gato e da Lua, de Pedro Serrazina, Os Contos de Xeherazade, de Florence Miailhe, O Velho e o Mar, de Alexander Petrov, O Cabeleireiro, de Steffen Schaffler ou A Suspeita, de José Miguel Ribeiro, são algumas das muitas maravilhas que foram realizadas até hoje, neste campo riquíssimo que é o da Animação.

Animação é pois um processo segundo o qual cada fotograma de um filme é produzido particularmente, podendo ser concebido quer por computação gráfica,  quer fotografando uma imagem desenhada, quer frequentemente fazendo exíguas transformações a um modelo (ver claymation e stop motion), fotografando o desfecho. Uma vez ligados os fotogramas o filme resultante é visto a uma velocidade de 16 ou mais imagens por segundo, havendo uma ilusão de movimento contínuo (por causa da persistência de visão).
A estruturação de um filme resulta de um trabalho muito activo e por vezes entediante. A produção da animação consome muito tempo e é quase sempre muito complexa. O progresso da animação digital melhorou muito a velocidade do processo, suprimindo tarefas mecânicas e repetitivas.

TÉCNICAS DE ANIMAÇÃO

A animação não é apenas os desenhos animados que vemos passar na TV e que são a perdição dos mais pequenos (e também dos graúdos). Existem dezenas de técnicas ao dispor dos realizadores, como podemos ver a seguir:
ANIMAÇÃO BIDIMENSIONAL: Desenhos animados, animação em acetato, rotoscoping, animação com objectos recortados, objectos recortados em silhueta, animação com grânulos muito finos, quadro preto ou branco, pintura animada, objectos Animados, filmographs, visual squeeze, scratch off animation, animação tipo computador, animação em papel Bond A4, etc.
ANIMAÇÃO TRIDIMENSIONAL: Objectos animados, animação com bonecos, animação com plasticina, pixilation, animação com sombras projectadas por alfinetes.
ANIMAÇÃO SEM CÂMARA: Pinturas no filme, riscar e pintar o filme.
ANIMAÇÃO SEM IMAGEM POR IMAGEM: filmes cibernéticos, “chroma key”, Animação com o equipamento de vídeo, bonecos articulados suspensos por fios, luz negra – luz ultravioleta – luz fluorescente, quadro magnético, fotografias animadas, figuras recortadas com pega ou suporte.
ANIMAÇÃO SEM FILME:  existem variadas técnicas de animação sem o uso da câmara de cinema.

Animação 2D

O impacto das técnicas 2D podem ser espectaculares. Como exemplos de utilização destas técnicas temos o filme ‘ET’, a cena onde o extraterrestre sai disparado com uma bicicleta fazendo-se um close-up deste com a lua. Outro exemplo será a remoção subtil dos arames que suspendiam o super homem. Estas técnicas contribuíram bastante para a animação computacional, através do fornecimento de ferramentas tais como blending (mistura), morphing, embutimento de imagens gráficas em vídeo ou a criação de padrões abstractos de equações matemáticas.
O morphing refere-se à acção de metamorfose de um objecto para outro. No ‘Black or White’ de Michael Jackson, os animadores criaram morphs de pessoas com aparências faciais bem diferentes umas das outras, gerando-se um efeito final bastante agradável. Infelizmente, o morphing é muito trabalhoso porque os elementos chave de cada imagem têm de ser especificados manualmente.
Se embutirmos objectos gráficos numa imagem, podemos introduzir novos elementos numa cena que já existe. Como exemplos temos os fantasmas do filme Gasparzinho, e muitos dos dinossauros do Parque Jurássico foram gerados por computador e depois embebidos no filme. Os objectos poderão ser também removidos de uma cena. Quando o autocarro no filme Speed sobrevoa uma fenda numa ponte que estava parcialmente construída. Essa fenda foi feita digitalmente retirando-se um pedaço de estrada de uma ponte já construída. Tanto o embutir como o de remover são mais difíceis de serem realizadas se a câmera se encontrar em movimento.
As equações matemáticas são muitas vezes usadas para criar sequências de movimento abstractas. Os Fractais são exemplos bastante conhecidos de padrões gerados a partir de funções matemáticas. O Morphing e a criação de imagens abstractas poderão ser generalizados para utilização em 3D. Todas estas técnicas de 2D poderão ser usadas sozinhas para a criação de uma animação, ou então utilizadas como um processo pós processamento para realçar imagens geradas usando outras técnicas de 2D ou 3D.

Animação 3D

Quando são utilizados técnicas 3D, o animador constrói um mundo virtual no qual as personagens e os objectos se movem e interagem. Este usa este mundo virtual para gerar imagens de uma animação. A geração de uma animação necessita de três passos decisivos: modelação, animação e renderização.
Passo  a explicar de uma forma sucinta como quase todas as animações 3D são criadas.

Criação de uma Animação

Storyboards: Imensos desenhos de storyboard são criados como planta para a acção e o diálogo entre as personagens. Estas são revistas várias vezes durante o processo de desenvolvimento criativo.
Modelagem: Com auxílio de programas gráficos 3D, são criados as personagens e os modelos 3D. Estes modelos computacionais descrevem a forma geral do objecto, bem como os controles que os animadores irão utilizar para mover as personagens.
Animação: Qualquer uma das três técnicas possíveis para a criação de uma animação pode ser utilizada nesta fase – Keyframing, motion capture ou simulação.
Sombrear: Utilizam-se programas de computador que descrevem as características da superfície, incluindo texturas, acabamentos e cores, são adicionados a todos os objectos do cenário. Estes programas designados por “shaders”, podem simular uma grande variedade de aparências, incluindo lã, madeira, metal, tecido, vidro, cabelo e pele.
Iluminação: Utilizando “luzes digitais”, cada cena é iluminada mais ou menos da mesma forma que um palco é iluminado. Todos os tipos de iluminação são tratadas para criar um ambiente familiar com o intuito de realçar um determinado tipo de humor para cada cena.
Renderização: Desenha a imagem final, calculando cada pixel da imagem proveniente do modelo, animação, sombreamento, e iluminação. As imagens finais já renderizadas poderão levar até cerca de 24 horas cada até estarem acabadas. Uma vez renderizada, as imagens finais são transferidos para filme, vídeo ou CD-Rom.